flor da cana do brejo

quinta-feira, 4 de abril de 2019

O CANTO



O CANTO


Talvez um dia eu possa adormecer
crendo que a vida se renova
como uma vez você escreveu.

Hoje não é possível
encontrar vida.

Meu sangue e minha carne
geraram o teu corpo
dentro do meu multiplicado.

Agora o meu ventre
magro e vazio.

Meu peito dói tanto
a garganta se fecha
a voz não sai.

O maestro do coral
manda eu soltar a voz.

Eu não consigo,
canto para dentro
engolindo a minha dor.

(Lúcia Gomes - todos os direitos reservados - do livro POEMAS PARA PEDRO - MEU AMOR).
Foto: Lúcia Gomes
Flor da árvore Abricó de Macaco

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