NAUS
Tua mão toca a minha para que o sono chegue
a riscar versos nos seios ou contá-los ao travesseiro.
É em ti que meu amor arde sem cerimônia ou recato:
pernas entrelaçadas e esse jeito de acariciar os pés
nos passos noturnos e danças diurnas.
Vives a acender candeeiros para iluminar os meus sonhos:
olhos abertos a espiar-te.
A palavra soa por dentro do teu sotaque
onde navegam naus portuguesas nas águas do poema.
(Lúcia Gomes - para João António Vieira)
Foto: Lúcia Gomes Exposição Rio Oitocentista |
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