flor da cana do brejo

quinta-feira, 4 de abril de 2019

NAUS






NAUS

Tua mão toca a minha para que o sono chegue
a riscar versos nos seios ou contá-los ao travesseiro.
É em ti que meu amor arde sem cerimônia ou recato:
pernas entrelaçadas e esse jeito de acariciar os pés
nos passos noturnos e danças diurnas. 
Vives a acender candeeiros para iluminar os meus sonhos: 
olhos abertos a espiar-te.
A palavra soa por dentro do teu sotaque
onde navegam naus portuguesas nas águas do poema.




(Lúcia Gomes - para João António Vieira)


Foto: Lúcia Gomes
Exposição Rio Oitocentista

Nenhum comentário:

Postar um comentário