Foto: Pedro Gomes |
A chuva lá do quintal
Traz um pouco da incerteza
Não das águas que são bênçãos
Da amiga natureza
Nem do barulho que faz
Escorrendo sobre as folhas
Mas são as janelas fechadas
Ocultando o adiante
Gosto de olhar para fora
Os pássaros no seu voo
As flores que desabrocham
No leva e trás desse pouso
As portas ficam trancadas
Para os pingos não respingarem
Sinto-me enclausurada
Como a alma aprisonada
Então abro o caderno
Pego o lápis, as lembranças
E transformo a minha dor
Numa vida de esperança
Deixo aos versos seu destino
Sou instrumento, não interfiro
Eles que façam a jornada
Da minha vida roubada
O poema depois deste e este constroem a imagem do desalento, da tristeza. Em belas construções transmitem, a mim, tua tristeza, teu desencanto.
ResponderExcluir"Eles que façam a jornada / Da minha vida roubada". Por favor, recupere a vida!...