flor da cana do brejo

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Flores do quintal de casa
Meu cansaço já não me permite algumas coisas,
como dormir na hora certa e ficar até mais tarde na cama.
Cansada, já não tenho horas e a tarde me acolhe
como a ave que volta para o ninho ao entardecer.
O sono é incontrolável quando o sol já se esconde,
tal qual eu, debaixo das cobertas, a esperar.
O cheiro do café me chama e levanto com as estrelas
a anuciarem a luz nesse fim de tarde a espreguiçar-se.
Se o cheiro de terra molhada vem com a brisa,
sei que a chuva está por chegar e aguar as plantas.
A noite terá o cantar dos pingos nas folhas
e os pequenos bichos do quintal correrão protegidos.
A vida ali cresce, procria e, às vezes nem percebo,
somente as flores desviam o meu olhar.

3 comentários:

  1. Lúcia, sinto o cheiro do café e a natureza a pulsar no fundo do quintal, suave, tranquila. Sua dança de renovação permanente, passa imperceptível aos nossos olhos, mas está lá, presente, no cheiro da terra molhada pela chuva, anunciando todos os dias uma primavera. E quando o cansaço da lida e da vida nos acolhe, tem sempre uma pipa a voar no céu azul, anunciando a ressureição do dia seguinte...Seu jeito de escrever é encantador!!! Beijos, Delly.

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  2. Lúcia, seu quintal está aí nesse versos. Como sua maneira encantora de ver a beleza nas coisas simples da vida. Ou é a chuva com seus respingos, ou os pequenos bichos que mal vemos, ou as flores das quais cuidas com tanto amor.Seu poema desvia/educa o nosso olhar.
    Beijos

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  3. A vida segue eterna e passa por nós, nem sempre nos damos conta do espetáculo diário e a cada minuto que ela dá, seja um animal, uma planta, um amigo etc. Devemos estar atentos à beleza da vida!

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