flor da cana do brejo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lúcia e Pedro
Como arrancar de dentro de mim
A palavra certa
No meio das outras que vociferam
Eu quero a palavra doce
A palavra com gosto de tachos de mel
A colher de pau mexendo a mão lenta no fogão

Minha alma tem raizes profundas
Alimenta-se da seiva da memoria
Guardei tudo
Das tantas vidas
Meu cansaço se atira debaixo das cobertas

Durmo, durmo, mesmo sem sono
Preciso passear de alguma forma
Uma cama e dois cachorros
E meu pensamento parte
A pipa azul num céu estonteante                        

Quero ser livre, liberta
A palavra me aprisiona
Como ter um jeito certo
Para definir
O incerto

4 comentários:

  1. Não sei se há um jeito certo para definir o incerto.
    Vivemos de incertezas.
    A palavra doce existe quando o verbo se faz carne: lindo esse amor entre mãe e filho.
    A memoria está ali, no abraço eterno.
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. "A pipa azul num ceu estonteante" é a imagem perfeita da liberdade.
    Paralelo muito bom entre o azul da pipa, o azul do céu e o azul do olhar do Pedro.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Saudades do nosso menino.

    ResponderExcluir
  4. Não esqueça que é a dúvida e as perguntas que movem a vida, e não as respostas. Dormir, dormir... olha o tempo passando, a vida indo, e ela não volta. É como a música "Carolina" do Chico Buarque.

    ResponderExcluir