Um dia em setembro
O portão de grade da velha casa está fechado: página do
livro que não li.
Naquela rua antiga do subúrbio, onde crianças descalças jogam bola,
o capim cobre o jardim de outrora.
Assim como os vãos na
parede guardam a memória de janelas
abertas para os sonhos da chegada.
Caminho por ali a primeira vez como se há muito lá já
estivesse.
Sinto como se todos me conhecessem: minha alma emudece.
Sou silêncio como a rua à hora em que as árvores refletem
a luz difusa rodeada por mosquitos:
lua pregada no poste da casa adormecida.Foto: Lúcia Gomes |
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