bromélia da árvore do quintal - bebedouro de pássaros |
flor da cana do brejo
sábado, 28 de janeiro de 2012
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Lúcia, Pedro, a cachorrinha do Pedro e os filhotes |
As estrelas nascem e morrem
Dizem os cientistas
Transformam-se em poeira
Jogadas no infinito
Quando ando pela rua
Olho para o céu estrelado
Penso nas estrelas mortas
E em suas mães desesperadas
Sei que ninguém se dá conta
Do céu ou das estrelas
Olham para os postes da rua
E os mosquitos da dengue
Os mosquitos são das libélulas
Que deles se alimentam
Assim eles se libertam
Da sua inferior existência
A noite acende a luz das casas
Onde os homens assistem sentados
A vida reinventada
Por outros homens letrados
Eu mastigo a morte com os dentes
Aperto as mãos com furor
Parto o lápis, risco os versos
Solto gritos, rasgo o verbo
Lúcia quer dizer luz
E minha luz é meu Pedro
Cremado virou pó
É poeira das estrelas
E o amor se fez verbo
E o verbo se fez carne
Eu, tu, ela, ele
Não conjugamos mais nada
Constituímos um retalho
Que ponto mal feito,
Diria minha avó
Nunca conseguiu-me
Ensinar-me croché
Não levo jeito para tecer
Já escrever...
Há quem diga que levo
Não é verdade
O Poema me leva
Escrevo porque a vida não basta
Disse uma vez a um amigo
Hoje como a vida me bastaria
Juntos, nós dois,
Eu e o meu menino
Uma manta somente abrigando a família
E minhas mãos que não souberam
Empunhar uma agulha
Sabem riscar com presteza
Uma palavra fagulha
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O colo mais gostoso do mundo Lúcia, Pedro e a cachorrinha do Pedro |
E o verbo se fez carne
Eu, tu, ela, ele
Não conjugamos mais nada
Constituímos um retalho
Que ponto mal feito,
Diria minha avó
Nunca conseguiu-me
Ensinar-me croché
Não levo jeito para tecer
Já escrever...
Há quem diga que levo
Não é verdade
O Poema me leva
Escrevo porque a vida não basta
Disse uma vez a um amigo
Hoje como a vida me bastaria
Juntos, nós dois,
Eu e o meu menino
Uma manta somente abrigando a família
E minhas mãos que não souberam
Empunhar uma agulha
Sabem riscar com presteza
Uma palavra fagulha
Pedro, meu filho, meu amor |
Eu já não consigo conter
O que de mim transborda
Inunda a casa de água
Escorre pela porta
Ser silêncio o tempo todo
Remoer minhas entranhas
Guardar no peito a ausência
Dos vazios que encontro
Se as roupas no armário
São teu cheiro, tua lembrança
Vazio o armário é
Tua presença gritando
Minha boca já não segura
A lentidão destes passos
Se grito pra dentro, ecoa
Nas cavernas dos meus ossos
Um vozerio estrondoso
Se esbarra no meu peito
Tapo os ouvidos e escuto
O silêncio faz barulho
Foto tirada por Pedro Gomes na Argentina |
Quando o sol se esconde
atrás da montanha
eu vejo que minha dor
é maior que a Cordilheira dos Andes
nada será como antes
levanto no meio da noite
corro para o teu quarto
e te procuro na cama
no meio da madrugada
abraço o teu travesseiro
sinto teu cheiro menino
e meu coração se encolhe
cada vez mais pequenino
hoje faço as contas
se subtrair os dias
para aguardar o momento
de estar de novo contigo
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