No silencio da página ao lado,
procuro ler o verso ausente,
a palavra não escrita,
não dita,
as linhas do caderno por escrever.
A página ao lado está ali,
sem o lápis a deslizar,
letra impecável,
o som do risco,
não está
escrito o amor em linhas certas.
Está ali, a espiar
o que devia estar,
para outra hora,
poder ser lido
e recordar,
mas aqui dentro, só quer calar
Muito sensível e belo o seu poema.
ResponderExcluirVocê utiliza imagens bonitas para descrever o que está guardado.
Assim como o ovo do pássaro no ninho. A vida que aguarda: quebrar a casca e alçar voo.
Parabéns!
Joaquim
Muito bonito os versos a expressar o processo de criação: o diálogo da poetisa com os seus sentimentos.
ResponderExcluirA imagem do ovo da sabiá no ninho ilustra muito bem aquilo que está guardado, esperando "a espiar", "poder ser lido", "e recordar".
É como o Joaquim falou "a vida que aguarda", a ser escrita e lida. Adorei o texto! Fala bem do ofício do escritor, podemos fazer referência à agonia da falta de inspiração, mas com a necessidade de escrever.
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