pingos leves no telhado,
sinto saudade dos barcos
de papel da minha infância.
Sinto saudade sim
de apostarmos corrida
e comemorarmos a vitoria
no final do meio fio.
As árvores,as pedras da rua,
as raízes quebrando a calçada,
a água empoçada nos buracos:
recreio da criançada.
Hoje os vidros molhados,
a cortina escondendo a mata,
navego por entre os fios
da malha do meu xale.
Foto: Lúcia Gomes |